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"O SEGREDO DE UM GRANDE LÍDER É SER, ACIMA DE TUDO, UM GRANDE SER HUMANO." (James Hunter, autor de "O Monge e o Executivo"). e-mail: urstrauss@terra.com.br

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sábado, 25 de junho de 2011

SACUDINDO A TERRA

Recebi uma mensagem, entre tantas que se recebe por e-mail.
Esta mensagem, entre tantas outras, traz uma história interessante e que nos leva a refletir sobre os nossos caminhos e a forma como encaramos os desafios e as dificuldades. Muitas vezes, os desafios e as dificuldades parecem ser tão grandes, que não vemos mais forças ou solução. A história abaixo traz uma nova versão:

"Um dia o cavalo de um camponês caiu em um poço. Não chegou a se ferir, mas não podia sair dali por conta própria. Por isso, o animal chorou fortemente durante horas, enquanto o camponês pensava no que fazer.
Finalmente o camponês tomou uma decisão cruel: concluiu que o cavalo já estava muito velho e não servia mais para nada. Além disso, o poço já estava mesmo seco, precisaria ser tapado de alguma forma.
Portanto, não valia a pena se esforçar para tirar o cavalo de dentro do poço. Ao contrário, chamou os seus vizinhos para ajudá-lo a enterrar o cavalo. Cada um pegou uma pá e começou a jogar terra dentro do poço.
O cavalo não tardou a se dar conta do que estavam fazendo com ele e chorou desesperadamente.
Porém, após várias pás de terro, o cavalo aquietou-se, para surpresa de todos.
O camponês finalmente olhou para o fundo do poço e se surpreendeu com o que viu. A cada pá de terra que caia sobre suas costas, o cavalo sacudia e dava um passo sobre esta mesma terra que caia no chão. Assim, em pouco tempo, todos viram como o cavalo conseguiu chegar até a boca do poço, passar por cima da borda e sair dali trotando..

A vida vai lhe jogar muita terra, todo o tipo de terra. Principalmente se você já estiver dentro de um poço. O segredo para sair do poço é sacudir a terra que se leva nas costas e dar um passo sobre ela.

Cada um de nossos problemas é um degrau que nos conduz para cima. Podemos sair dos mais profundos buracos se não nos dermos por vencidos.

Use a terra que te jogam para seguir adiante."

A vida é feita de desafios e dificuldades. Precisamos saber aprender com as dificuldades e com os desafios e seguir adiante. Precisamos fazer das dificuldades e dos tropeços um degrau para seguir adiante.
Para isso, devemos libertar o nosso coração do ódio, nossa mente das preocupações e aceitar a terra que nos é jogada. Esta pode ser a solução e não o problema.

Obrigado ao meu pai, pelo envio da mensagem e pela oportunidade da reflexão.

Prof. Uwe Roberto Strauss



quinta-feira, 23 de junho de 2011

SUPERIOR STABAT LUPUS



   "Superior stabat lupus" (O lobo estava rio acima) faz parte de uma fábula do romano Fedro (15 a.C. - 50 d.C.). A fábula conta a história de um cordeiro que bebia água no córrego que corria em um trecho de terreno inclinado. O cordeiro avistou um lobo que fazia a mesma coisa um pouco mais acima de onde estava. O cordeiro bem que tentou se esconder atrás de uma moita próxima, mas antes que pudesse fazê-lo, o lobo já o avistou.
  Como o lobo estava cansado e irritado com a fome que fazia seu estômago doer, perguntou logo ao cordeiro: 
   - Como é que você se atreve a sujar a água que estou bebendo? 
   O cordeiro respondeu:
   - Senhor lobo, eu não estou sujando nada. A água está vindo daí para cá, como é possível que eu a esteja sujando?
   O logo retrucou:
   - Não importa, você vai ter que me explicar por que andou falando mal de mim no ano passado.
   - Mas, senhor lobo, no ano passado eu ainda nem havia nascido.
   - Se não foi você, então foi seu irmão.
   - Ora, senhor lobo, mas eu não tenho irmão, sou filho único.
   - Bem... se não foi você, então foi algum conhecido seu, algum outro cordeiro, o cachorro que guarda o rebanho ou até mesmo o pastor. O que importa é que eu fui ofendido e por isso preciso me vingar.
   E então o lobo avançou sobre o cordeiro indefeso, agarrou-o com os dentes e foi embora à procura de um lugar tranquilo onde pudesse devorar a sua presa.

   A fábula do lobo e do cordeiro pode ser uma metáfora interessante para avaliar o "poder". No caso, é um exemplo do poder onde a razão do mais forte é a que sempre prevalece. O poder não precisa ser necessariamente assim. Mas, invariavelmente, é assim que ele normalmente aparece e é assim que normalmente ele é utilizado.
   Usar o poder não é para todos. Além do poder, é preciso sabedoria.
  Mas, afinal, o que é o PODER??? Em resumo, poder é conseguir que outros façam o que se deseja que façam. Há várias maneiras para conseguir isto.
   O poder é LEGÍTIMO quando é reconhecido o direito legal para alguém exercê-lo. Para isto, é atribuído um mandato.
   O poder pode ser exercido pela COERÇÃO. A coerção é danosa quando o seu uso não é lícito. É lícito o uso da coerção quando está em jogo algo maior ou quando um bem coletivo estiver ameaçado. A coerção é danosa, quando faz valer um desejo próprio e que não beneficia necessariamente o coletivo.
   O poder pode ser exercido pela RECOMPENSA, quando proporciona o aumento de status do outro, quando proporciona uma maior visibilidade. O elogio tem uma capacidade de recompensa enorme. Mas o elogio deve ser sincero. Caso contrário, não é recompensa. Elogio falso é como graveto que se joga ao fogo. Incendeia, queima e logo apaga.
   O poder também pode ser exercido pelo CARISMA. Neste caso, o detentor do poder impõe-se pelo respeito e admiração pela suas características e pela sua personalidade. No entanto, o líder carismático pode ofuscar uma organização.
   Francis Bacon (1600) já dizia que "Conhecimento é Poder". Ter habilidades e conhecimentos que outros necessitam nos dá o poder.
   O poder também traz as suas armadilhas. O líder que se consagra tem medo de perder o poder e cria mecanismos de defesa. O líder será sábio se souber perceber sinais que mostram os limites do seu poder. Quem pode mais dar estes sinais é a equipe deste líder, o seu "staff". Esta equipe deve se impor junto ao seu líder. Aliás, toda equipe deve ter um rebelde. Este, por sua vez, não deve ser reprimido pelo líder. O rebelde é importante para o contraponto.
   O líder é alguém muito ansioso e é alguém solitário. É ansioso porque tem medo do fracasso. Mas, também, tem tanto medo do sucesso quanto do fracasso. Se o empreendimento é um sucesso, o líder tem medo da repercussão, pois não sabe se manterá o padrão do sucesso alcançado.
   Como lidar com o poder?
  Em organizações, sempre teremos um "lobo rio acima". Não pensem que o poder dá segurança. Sempre haverá um lobo a espreita, esperando de tocaia, para dar o seu bote e devorar o carneiro. Não, sem antes fazer-se valer pela força. Sempre haverá alguém que conhece melhor os mecanismos do poder e não se furtará de usá-los a seu favor.
   A busca pelo poder pode ser selvagem. A necessidade de poder faz com que as pessoas se comportem de uma maneira que normalmente não fariam. A necessidade de um status leva as pessoas a utilizarem inclusive de artimanhas para alcançar o poder. As alianças, redes e coalizões, envolvendo troca de benefícios mútuos são instrumentos utilizados com frequência nas organizações.
   O contraponto é promover o "empowerment" (empoderar-se ou empoderar a equipe), eliminando o monopólio do poder, das informações e do desenvolvimento e dá poder às pessoas para aproveitar ao máximo o talento coletivo. As pessoas sentem-se com o poder quando percebem que a sua contribuição é importante para a organização e alcance dos seus objetivos.
   Organizações que têm em sua estrutura líderes autoritários e onde há um monopólio do poder são organizações fadadas ao insucesso. É apenas uma questão de tempo.
   Bons líderes sabem ser carismáticos e sabem recompensar. Mas devem ter habilidades e conhecimentos singulares e devem saber fazer valer a obediência às regras e às normas devido à crença que as mesmas devem ser acatadas, mesmo que, para isso, usem da coerção. Regra sem coerção é como luz que não ilumina.
    Qualquer outro tipo de liderança é como o lobo que espreita o cordeiro no alto do rio.

Prof. Uwe Roberto Strauss

quarta-feira, 15 de junho de 2011

NOVIDADES NA EDUCAÇÃO

"Nunca houve tantos sermões na igreja e os frutos são tão poucos"
(Sermão da Sexagésima - Pe. Antônio Vieira, 1655)


Costumo dizer que em educação todo mundo bota a mão. Ou seja: se alguém é engenheiro, também pode dar aulas de matemática; se é farmacêutico, dá aulas de biologia ou de química, e por aí vai. 
Agora, se alguém é formado em matemática, pode dar aulas, mas não pode fazer um projeto de engenharia civil; se é formado em biologia, não pode querer atuar na medicina, não é verdade???
Educação é para educadores e não para quem acha que pode dar alguns "pitacos" na escola. Para um educador, há muito estudo da pedagogia, da didática, da psicologia e outros estudos por trás da sua formação.
É preciso conhecer como a criança, o adolescente e o jovem aprendem. É preciso conhecer como o Ser Humano se relaciona. 
Há muitas teses rodando por aí, sobre o tema. São os populares "ismos" da nossa geração. Nunca se falou tanto em educação, como atualmente, mas os resultados são poucos.
Por isto, tenho seguido alguns pensadores que tem se arriscado a dizer que "não há novidades no campo pedagógico". Surpresos? É só olhar ao redor com um olhar mais crítico.
O que, talvez, poderá contribuir futuramente com a educação, são os estudos na neurociência, mas ainda é algo muito novo e, novamente, corremos o risco de transformar os resultados destes estudos em mais um "ismo".
Tenho observado iniciativas em escolas, para a formação de um currículo aberto, formatado para uma maior abrangência do estudo do educando, mas seguidamente este currículo é levado novamente  de volta a um padrão tradicional.
Pessoalmente, tenho perseguido a constituição de um currículo escolar que parte do Ser Humano e formatado a partir de três eixos: O SER HUMANO E A COMUNICAÇÃO, O SER HUMANO E A SOCIEDADE e O SER HUMANO E AS CIÊNCIAS. 
Dito de outra forma, um currículo que desenvolva a capacidade de identificar e vivenciar como o Ser Humano se comunica, como o Ser Humano interage com seus semelhantes e como o Ser Humano utiliza os recursos da ciências, das matemáticas e da natureza para o seu sustento e sobrevivência.
Estes eixos podem ter a sua operacionalização de uma forma bastante abrangente e diversificada e pode ser adaptada às realidades locais e regionais, bem como à cultura local, podendo se chegar a um planejamento curricular bastante rico.
Isso não significa mera transmissão de conteúdo (e, com isto, descarto todos os currículos organizados a partir de apostilados, que se dizem "sistemas" e que não passam de meras editoras de material didático). O que designa um professor não é a capacidade de conhecer determinados conceitos e conteúdos, mas o quanto ele consegue transmitir os dados para um campo discursivo. 
"Docência é a arte de pensar alto em público" (Dr. Júlio Groppa Aquino - Psicólogo, Mestre e Doutor em Psicologia Escolar e PhD em Psicologia - USP/SP).
Precisamos rever os nossos conceitos como educadores e isso deve ser feito rotineira e constantemente. É preciso filtrar as muitas "teses" sobre educação que estão sendo levantadas por aí.
O sistema está permitindo uma visão mais aberta do currículo escolar, sem um engessamento idêntico ao que tínhamos em outras décadas. No entanto, se não aproveitarmos essa abertura, logo o sistema engessa a normatização novamente (e já está fazendo isso...).
Isso significa arriscar-se a usar um discurso diferente do que o discurso que está sendo usado por aí. Significa "pensar alto em público". 
É evidente que ao "destoar" do que já está enraizado e que faz parte do senso comum gera desprezo e zombaria. Aguente firme e mantenha o discurso e terá o respeito.
É possível ter algumas novidades na educação, sim.

terça-feira, 14 de junho de 2011

PROVA PARA PRÉ-ESCOLARES

À um grupo de crianças da pré-escola, foi feita a seguinte pergunta:
"Em qual direção está viajando o ônibus abaixo?"

Olhe cuidadosamente o desenho, antes de verificar a resposta logo abaixo.
Não há necessidade de dizer que as únicas respostas são "esquerda" ou "direita".
...
...
...
...
Todos os pré-escolares responderam: "esquerda"
Quando perguntaram: "Porque vocês pensam que o ônibus está viajando na direção para a esquerda?"
Eles responderam:
"Porque você não pode ver a porta."

Você está se sentindo um ignorante?
Todo adulto normalmente se sente um ignorante depois de ler esta história.
Na verdade, a diferença entre nós, adultos, e as crianças é uma: nós, adultos, temos um paradigma para as coisas da vida. A criança tem vários paradigmas. A visão de uma criança é mais aberta para o mundo do que a nossa.
Com o passar do tempo, nós crescemos e a nossa leitura do mundo fica mais restrita.
É um bom exercício buscar uma leitura mais abrangente do mundo.

Talvez, com este olhar, nós não teríamos uma visão maior das pessoas que estão ao nosso redor. Enxergaríamos um lado das pessoas que nos surpreenderia.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

sexta-feira, 3 de junho de 2011

PROTESTO "QUERO EDUCAÇÃO"


Marcado para o dia 12 de Junho, o "Protesto Online Pela Educação" já possui 175 mil adesões.
Segundo o texto do evento, na data de 12 de Junho, os usuários adeptos são convidados a usarem a imagem do movimento e a postar "#QueroEducação" no perfil de suas redes sociais.
A iniciativa é do Diretor de Marketing, organizador do evento, Rodrigo Gabriel Pires, ou somente "RG", como ele se apresenta na internet. RG afirma que o objetivo do movimento é "unir as pessoas que valorizam a educação". Grande parte dos problemas do Brasil poderia ser solucionada com educação.

É evidente que tenho que concordar com esta demanda e com as razões que levam a este movimento. Como educador, não posso me colocar contra nenhum movimento que provoque reflexão em torno da educação.
No entanto, é preciso atentar para alguns excessos. Entre vários, um projeto que tramita no Congresso Nacional, determinando que os filhos de todo político que ocupa algum cargo público tenham que obrigatoriamente ser matriculados em escola pública.
Não vejo que uma medida como esta vá contribuir para solucionar o problema das escolas públicas.
A solução para as escolas públicas não está em criar mecanismos "paliativos" para que se obtenham um olhar para elas. O problema da escola pública é um problema de gestão.
Estamos com a escola pública no estado em que se encontra, justamente por terem sido criados mecanismos no passado que levaram a uma falsa igualdade. Um exemplo do que digo está na escolha de Diretores das escolas. O Diretor da escola é um cargo executivo. Portanto, deve ser indicado por instância adequada e que preserve a democracia. Quem deve ser eleito são os membros desta instância.
Não seria necessário sequer criar outros setores e órgãos, mas aproveitar aqueles já existentes, como os Conselhos Escolares. Estes, por sua vez, são formados por integrantes com funções deliberativas e não executivas. Portanto, devem ser escolhidos e eleitos entre seus pares. Os conselheiros, por sua vez, indicam o Diretor, que deve ser alguém preparado e com formação adequada para exercer o cargo. Além de escolher o profissional para exercer o cargo, este deve ter um mandato mínimo, que poderá ser prorrogado, desde que contemple as metas estabelecidas pelos conselheiros.
Há um entendimento equivocado de "democracia" neste país, que significa que é democrático tudo aquilo que é eleito "pela maioria". Assim, todos os processos e procedimentos passam obrigatoriamente por esta "democracia".
Um outro aspecto que percebo extremamente equivocado nas escolas públicas é o processo de gestão administrativa e financeira. É evidente que os recursos financeiros são públicos, mas podem ser gerenciados internamente na escola, por um setor administrativo, acompanhado e avaliado constantemente pelo Conselho Escolar e de cujo gerenciamento deve ser prestado contas aos órgãos governamentais responsáveis pelo seu repasse.
Os governos federal, estadual e municipal são os mantenedores das escolas públicas e são incompetentes por não conseguirem manter as instituições com um mínimo de recursos e equipamentos adequados para que estas possam desenvolver a sua atividade.
Frequentemente vejo escolas com os seus muros lotados de publicidade, para que os CPM´s, APP´s - ou seja qual o nome que se queira dar para a agremiação - possam obter alguma fonte de captação de recursos, para investir na manutenção da infra-estrutura das escolas, tais como lâmpadas, material de expediente, etc... Estas são rubricas que deveriam constar em orçamentos destas instituições e que deveriam ser cobertos pelo financiamento público.
No meu entender, estes são apenas alguns de exemplos de alternativas que podem ser concretamente adotadas, visando a busca da melhoria da qualidade na educação.
De qualquer forma, antes de qualquer coisa, sou adepto sim a qualquer movimento que provoque reflexão pela educação, pois eu também QUERO EDUCAÇÃO.