Estamos em uma época conturbada, cheia de sobressaltos, notícias nada agradáveis, informações sobre terremotos, enchentes, etc... Em meio a tantas notícias ruins, cabe a pergunta: "O que é viver?"
Em um Boletim Informativo, há algum tempo, comentei um artigo de Martha Medeiros, onde ela fala de um DVD "L´anniversaire". É um filme francês que se passa em uma casa no Marrocos, onde um homem milionário convida os seus amigos para passar o final de semana e comemorar o seu aniversário.
Entre os convidados há um senhor, o fracassado da turma, arredio aos outros, com raiva do mundo e que cria confusão o tempo todo.
Em certa altura do filme, os convidados descobrem que este senhor está doente e está em fase terminal. Diante do afeto que ele recebe de todos a partir daí, ele baixa a guarda: "Acho que não entendi direito a vida..."
E nós? Entendemos o que é viver?
Vamos começar pelas pequenas coisas observadas no dia a dia, no trânsito, por exemplo.
Eu moro em uma cidade litorânea. Em época de veraneio ou em feriados prolongados, a cidade recebe um número considerável de turistas. Estes, ao invés de vir para cá para descansar, cometem verdadeiras loucuras e acrobacias no trânsito.
Os automóveis não são mais usados para a locomoção fácil e cômoda, hoje cercada de avançados recursos tecnológicos que dão ao usuário verdadeiro conforto. Os automóveis se tornaram verdadeiras armaduras medievais e as ruas são o seu campo de batalha. Há uma disputa para ver quem chega primeiro, quem ocupa o melhor lugar para estacionar, quem "arranca" antes, etc..
Na cidade onde moro, uma das avenidas passa pelo centro e uma parte dela se tornou o ponto de encontro de jovens e adolescentes. Quando cruzo pela avenida, deparo com adolescentes e jovens em verdadeiros "trapos" (e desconfie que não seja pela sua condição sócio-econômico-financeira), sentados a beira da calçada, em grupos, com garrafas "pet", contendo um líquido que certamente não é refrigerante.
Qual a diferença entre ter uma vida bem aproveitada e ter uma vida desperdiçada em picuinhas, mediocridade , espírito de porco e necessidade de desprezar os outros para sentir-se alguém?
Quem entendeu a vida não perde tempo com exibicionismos e falsa competitividade. Trata de viver a sua vida.
Ah! Mas como viver a vida? Que tal começar vivendo em família? A família é essencial. Não consigo imaginar uma vida sem família.
Costumo dizer aos alunos - e acredito nisso - que existem duas pessoas com as quais podemos contar sempre: o pai e a mãe. Além destes, eu pessoalmente tenho a alegria de poder contar com a esposa e a filha.
A família e o lar são o nosso refúgio. É lá que encontramos o conforto.
Fica o desafio: vamos viver a vida e vamos fazer isto em família. Desconfio de que resgatar isto novamente contribuirá para termos uma sociedade melhor.
Prof. Uwe Roberto Strauss